Índice

  1. Introdução
  2. Contextualização
  3. Objetivo
  4. Área de estudo
  5. Metodologia 5.1. Base de dados
  6. Análise de dados
  7. Testes de hipóteses
  8. Resultados
  9. Conclusão
  10. Bibliografia

Palavras-chaves

Covid-19, número de casos, óbitos e pandemia.

1. Introdução

Os primeiros casos da doença COVID-19 surgiram em Wuhan, uma cidade de 11 milhões de pessoas na província chinesa de Hubei, no final de 2019. Causada pelo vírus de RNA de fita simples SARS-CoV-2, em geral essa doença é autolimitada e não causa complicações na maioria dos infectados, porém, em alguns casos, pode resultar em morte devido a danos alveolares maciços e insuficiência respiratória progressiva. Alguns estudos revelaram uma taxa de mortalidade de 2 a 3,4 %, podendo chegar a 10% em pacientes com idade avançada e comorbidades prévias. No início do surto, todos os casos estavam relacionados a um mercado de frutos do mar e animais vivos, também em Wuhan. Nos primeiros 30 dias, a China registrou 11.821 casos e 259 óbitos. Ainda em janeiro, a doença foi registrada em outros países da Ásia, Europa e América do Norte.6 Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Em um cenário com mais de 110 mil casos distribuídos em 114 países, a OMS decretou a pandemia no dia 11 de março de 2020. As pessoas com COVID-19 podem apresentar tosse, dificuldade para respirar, dores de garganta, febre e outras manifestações clínicas. Há ainda os portadores assintomáticos, os quais possuem importância epidemiológica, dado que são potenciais transmissores. O SARS-CoV-2 apresenta o número básico de reprodução (R0) alto quando comparado a outros coronavírus, chegando a 6,49 na província de Hubei. A experiência da China mostrou que intervenções não farmacológicas, que incluem diversas formas de distanciamento social, desde o isolamento de casos e contatos, até o bloqueio total (lockdown), podem conter a epidemia. No entanto, a aplicabilidade dessas estratégias se dá de diferentes formas entre os diversos países. As dificuldades na adoção dessas medidas podem ajudar a explicar o registro, no mundo, no dia 16 de maio de 2020, de 4.425.485 casos de COVID-19, com 302.059 óbitos, sendo as Américas o continente mais atingido, seguido da Europa. No Brasil, os primeiros casos foram confirmados no mês de fevereiro, e diversas ações foram implementadas a fim de conter e de mitigar o avanço da doença. Em 3 de fevereiro de 2020, o país declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), antes mesmo da confirmação do primeiro caso. A consolidação dos dados sobre casos e óbitos por COVID-19, coletados e disponibilizados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, vem sendo realizada desde o início da pandemia pelo Ministério da Saúde brasileiro. Isso permite o conhecimento da dinâmica da doença no país e, consequentemente, o estabelecimento de políticas para desacelerar o incremento no número de casos.

2. Contextualização

Após surgir na cidade chinesa, o coronavírus se espalhou pelo mundo causando uma das maiores pandemias da história, afetando até o momento 196 países, com 416.686 casos e 18.589 mortes, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. O SARS-CoV2 apresenta menor taxa de mortalidade em relação a outros patógenos responsáveis por outros surtos em larga escala, como a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio) e Ebola. No entanto, o COVID-19 levou cerca de menos de dois meses a partir da descoberta da primeira infecção para que o número de casos confirmados ultrapassasse o total atingido pela SARS ao longo de vários meses. Em três meses, o COVID-19 matou mais de cinco vezes mais pessoas que o SARS. Uma das explicações para esse fenômeno é que, embora tenha baixa mortalidade, a infecção pelo SARS-CoV-2 se espalha mais facilmente que outras doenças. Estima-se que uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 2,5 pessoas.

3. Objetivo

O presente trabalho tem por objetivo avaliar a situação do COVID no Brasil.

Objetivo específico: • Avaliar a quantidade de casos de COVID no Brasil ao longo dos dias; • Avaliar a quantidade de óbitos no Brasil ao longo dos dias; • Avaliar a porcentagem de óbitos no Brasil; • Comparar o número de casos existentes em cada região; e • Comparar o número de óbitos existentes em cada região.

4. Área de estudo

Serão analisados dados do Brasil por região.

5. Metodologia

Estudo ecológico baseado em dados e documentos do Ministério da Saúde brasileiro e órgãos internacionais; foram realizadas comparações do Brasil entre as regiões.

Inicialmente, foram carregadas 6 bases de dados, presentes no Studio (COVID19, geobr, sf, tmap, coronabr e ggplot2).

Primeiramente, foram elaborados gráfico de barras do número de casos e número de óbitos ao longo do tempo.

Foram elaborados mapas do Brasil, divididos por estados, contendo a quantidade de casos e óbitos visando facilitar a visualização dos dados apresentados.

Por fim, foram feitos testes de hipóteses.

5.1. Base de dados

A base de dados utilizada, conforme orientação do professor, encontra-se dentro do próprio R, por ser um assunto atual e ainda muito estudado.

6. Análise de dados

Abaixo, teremos a apresentação de dois mapas com a situação dos casos de Covid e óbito pelo Brasil.

library(COVID19)
library(geobr)
library(sf)
library(tmap)
library(coronabr)
library(ggplot2)

dados_covid_br = get_corona_br(by_uf = TRUE)

library(dplyr)
dados_covid_br <-dados_covid_br %>%
  mutate(
    regiao = case_when(
      state == "SP" ~ "SUDESTE",
      state == "RJ" ~ "SUDESTE",
      state == "ES" ~ "SUDESTE",
      state == "MG" ~ "SUDESTE",
      state == "PR" ~ "SUL",
      state == "RS" ~ "SUL",
      state == "SC" ~ "SUL",
      state == "BA" ~ "NORDESTE", 
      state == "AL" ~ "NORDESTE",
      state == "CE" ~ "NORDESTE",
      state == "MA" ~ "NORDESTE",
      state == "PB" ~ "NORDESTE",
      state == "PE" ~ "NORDESTE",
      state == "PI" ~ "NORDESTE",
      state == "RN" ~ "NORDESTE",
      state == "SE" ~ "NORDESTE",
      state == "AC" ~ "NORTE",
      state == "AP" ~ "NORTE",
      state == "AM" ~ "NORTE",
      state == "PA" ~ "NORTE",
      state == "RO" ~ "NORTE",
      state == "RR" ~ "NORTE",
      state == "TO" ~ "NORTE",
      state == "DF" ~ "CENTRO OESTE",
      state == "GO" ~ "CENTRO OESTE",
      state == "MS" ~ "CENTRO OESTE",
      state == "MT" ~ "CENTRO OESTE",
      TRUE ~ "OUTROS"
))

Abaixo analisaremos a quantidade de casos confirmados e óbitos no Brasil.

ggplot(dados_covid_br) +
 aes(x = date, y = new_confirmed) +
 geom_line(size = 1L, colour = "#0c4c8a") +
 theme_minimal()

ggplot(dados_covid_br) +
 aes(x = date, y = new_deaths) +
 geom_line(size = 1L, colour = "#0c4c8a") +
 theme_minimal()

Abaixo analisaremos o número de casos e óbitos por estado.

#at = format_corona_br(dados)

# proporcao de casos por 100k 
dados_format = dados_covid_br %>%
  group_by(state) %>%
  summarise(casos=n())

dados_format_pop = dados_covid_br %>%
  group_by(state) %>%
  summarise(populacao=max(estimated_population_2019))

dados <- dados_format %>% left_join(dados_format_pop)  

dados$taxa <- (dados$casos/dados$populacao)*100000 
dados$taxa <- round(dados$taxa,3)

library(geobr)
mapa <-read_state(code_state="all", year=2010)

  |                                                                            
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  |===============================================                       |  67%
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  |=================================================                     |  70%
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  |======================================================                |  78%
  |                                                                            
  |=========================================================             |  81%
  |                                                                            
  |============================================================          |  85%
  |                                                                            
  |==============================================================        |  89%
  |                                                                            
  |=================================================================     |  93%
  |                                                                            
  |===================================================================   |  96%
  |                                                                            
  |======================================================================| 100%
dados$abbrev_state<-dados$state
mapa_covid <- merge(mapa,dados, by = 'abbrev_state')

# fazendo o merge dos dados e shapefile
plot(mapa_covid)

library(leaflet)
# taxa por 100 mil habitantes
leaflet(mapa_covid) %>%
  addTiles() %>%
  addPolygons(color = "#444444", weight = 1, smoothFactor= 0.5,
              opacity = 1.0, fillOpacity = 0.5,
              fillColor = ~colorQuantile("YlOrRd", taxa)(taxa),
              highlightOptions = highlightOptions(color = "white", weight = 2,
                                                  bringToFront = TRUE))
# casos totais
leaflet(mapa_covid) %>%
  addTiles() %>%
  addPolygons(color = "#444444", weight = 1, smoothFactor= 0.5,
              opacity = 1.0, fillOpacity = 0.5,
              fillColor = ~colorQuantile("Blues", casos)(casos),
              highlightOptions = highlightOptions(color = "white", weight = 2,
                                                  bringToFront = TRUE))

Foram analisadas duas variáveis, qualitativa e quantitativa, e elaborados gráficos boxplot para visualização da relação entre os dados.

A primeira análise foi com as variáveis Região e número de casos.

#Manipulação de dados
dados_covid_br$regiao<-as.factor(dados_covid_br$regiao)

#Construção de gráfico tipo boxplot
boxplot(new_confirmed~regiao, data=dados_covid_br, col=c("red","#faa005","#1bc704","#0f8efc","yellow"), main="Bloxpot 1 \  número de casos por Região \n")

Foi possível observar que todas as regiões possuem outliers. A região sul foi a única região em que o número de casos foi simétrico. Em geral, as regiões possuem pequena amplitude interquartil, apenas a região sul possuem uma amplitude maior, por ser a região mais populosa.

A segunda análise foi com as variáveis Região e número de óbitos.

#Manipulação de dados
dados_covid_br$regiao<-as.factor(dados_covid_br$regiao)

#Construção de gráfico tipo boxplot
boxplot(new_deaths~regiao, data=dados_covid_br, col=c("red","#faa005","#1bc704","#0f8efc","yellow"), main="Bloxpot 2 \  número de óbitos por Região \n")

Foi possível observar que todas as regiões possuem outliers. A região centro-oeste foi a única região em que o número de óbitos foi simétrico. Em geral, as regiões possuem pequena amplitude interquartil, apenas a região sul possuem uma amplitude maior, por ser a região mais populosa.

7. Teste de hipóteses

Foram executados testes de hipóteses para avaliar se a variável categórica região interfere na variável quantitativa número de casos. Foi adotado alpha=0,05 para todos os testes realizados. Dessa forma, a regra de decisão foi definida como:

Se pvalor ≤ alpha, rejeita H0. Se pvalor > alpha, não rejeita H0.

O primeiro teste de hipóteses realizado com as variáveis teve como objetivo a verificação do pressuposto de normalidade, por meio do teste de Anderson-Darling, o qual parte do pressuposto de que as observações são independentes e apresenta as seguintes hipóteses:

H0: os dados seguem uma distribuição normal. H1: os dados não seguem uma distribuição normal.

Após a verificação do pressuposto de normalidade, executou-se, para os dados que não seguem distribuição normal, o teste de Kruskal-Wallis com as hipóteses:

H0: os grupos são amostrados de populações com distribuições idênticas. H1: os grupos são amostrados de populações com diferentes distribuições.

shapiro.test(dados$taxa)

    Shapiro-Wilk normality test

data:  dados$taxa
W = 0.7, p-value = 8e-06
library(nortest)
# Anderson-Darling test for normality
ad.test(dados_covid_br$new_confirmed)

    Anderson-Darling normality test

data:  dados_covid_br$new_confirmed
A = 722, p-value <2e-16
# kruscal.test + serie temporal
kruskal.test(dados_covid_br$new_confirmed~dados_covid_br$regiao)

    Kruskal-Wallis rank sum test

data:  dados_covid_br$new_confirmed by dados_covid_br$regiao
Kruskal-Wallis chi-squared = 550, df = 4, p-value <2e-16

Como pvalor < 0.05, a hipótese nula H0 é rejeitada. Portanto, os grupos são amostrados de populações com diferentes distribuições, ou seja, a quantidade de casos e óbitos não possui distribuição semelhante entre todas as regiões.

8. Resultados

O número de casos iniciou em março de 2020, teve seu máximo em agosto e encontra-se em queda.
Já o número de mortes iniciou com 3 no início de março, atingiu seu máximo no início de agosto e encontra-se em queda.

A taxa de covid a cada 100mil habitantes foi alta nos seguintes estados: Tocantis, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá e Sergipe. Os estados que apresentaram menores taxas foram: Pernambuco, Bahia, Minas, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
A região sudeste apresentou o maior índice de casos de covid, seguido da região nordeste, região sul, centro-oeste e norte.

9. Conclusão

O Brasil apresentou muitos casos de covid, consequentemente muitos óbitos, espalhados por todos os estados, principalmente os da região sudeste, por ser os estados mais populosos. Até a presente data, houveram muitos casos de covid pelo Brasil e pelo mundo. Os casos encontram-se em queda desde outubro, porém em alguns países está ocorrendo a segunda onda do Covid, portanto vale ressaltar que a população precisa continuar adotando as medidas de combate ao vírus que matou diversas pessoas ao redor do Brasil e do mundo, tais como o uso de máscara, alcool em gel e evitar aglomerações.

10. Bibliografia

https://www.sanarmed.com/covid-19 - Acesso em: 13outubro 2020.

COVID-19 no Brasil: evolução da epidemia até a semana epidemiológica 20 de 2020

https://scielosp.org/article/ress/2020.v29n4/e2020376/pt/