O excesso de gordura corporal está relacionado a diversos tipos de câncer, problemas ortopédicos, varizes de membros inferiores e, em especial, com o desenvolvimento de diabetes do adulto (tipo 2) e com hipertensão arterial ou pressão alta. A prevenção e o combate à obesidade constituem armas poderosas na prevenção da hipertensão e de suas complicações como o infarto, o derrame, o diabete e a insuficiência renal.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é um dos indicadores usados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para verificação do estado nutricional de cada indivíduo.
Este estudo tem por objetivo traçar o perfil da população do Noroeste Fluminense através de fatores biossociais, como por exemplo o IMC, idade, sexo, horas de trabalho, renda anual e entre outros, a fim de obter um diagnóstico para recomendar ao ministério da saúde políticas públicas voltadas à prevenção de tais doenças.
O censo feito pelo Setor de Pesquisa Aplicada (SPA) recolheu informações de 32.561 pessoas adultas do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro sobre idade, sexo, raça, IMC, escolaridade, anos de estudo, ocupação, setor de trabalho, horas de trabalho por semana, local de trabalho, salário anual e situação conjugal. Estas informações contidas no banco de dados cedidas pelo SPA foram usadas como fonte para formulações de estatísticas utilizando o software R-Project.
Abaixo estão os gráficos e tabelas obtidos a partir da base de dados ?adultos do noroeste fluminense? que irão servir de base para a conclusão e proposta de intervenção deste trabalho. Primeiramente serão mostrados gráficos que irão representar numericamente a distribuição da população de acordo com suas características gerais. Posteriormente, tentaremos correlacionar variáveis quantitativas e qualitativas a fim de chegar à possíveis conclusões e sugestões de melhorias em relação à saúde nutricional dos habitantes da área de estudo. As tabelas a seguir iniciam os estudos por mostrar os resumos estatísticos desta base de dados com um total de 32.561 pessoas e 12 variáveis.
Tabela 1. Idade, ocupação e salário em 12 meses.
Tabela 2. Escolaridade, anos de estudo e situação conjugal.
Tabela 3. Setor de trabalho, raça, sexo e horas de trabalho por semana
Tabela 4. Local e IMC
Tendo em mente estes resumos numéricos podemos dar melhor atenção aos gráficos que irão correlacionar algumas variáveis neste primeiro momento.
Analisemos inicialmente o perfil pessoal dos habitantes:
Gráfico 1. Porcentagem de homens e mulheres adultos no Noroeste fluminense
Gráfico 2. Distribuição da população de acordo com a cor da pele.
Gráfico 3. Situação conjugal dos habitantes.
Gráfico 4. Porcentagem da população de acordo com o índice de massa corporal.
Analisando o perfil profissional:
Gráfico 5. Distribuição da população de acordo com o setor de trabalho.
Gráfico 6. Demonstração da divisão de acordo com a ocupação no trabalho.
Gráfico 7. Apresentação do tempo de estudo em anos.
Gráfico 8. Disposição dos salários em 1 ano em reais (R$).
Gráfico 9. Quantidade de trabalho em horas por semana.
Gráfico 10. Distribuição da população de acordo com o sexo e o IMC.
Gráfico 11. Boxplot do IMC de acordo com as horas trabalhadas por semana.
Gráfico 12. Boxplot da relação do salário em um ano e o IMC do cidadão.
Gráfico 13. Demonstração gráfica das variáveis tempo de estudo em anos e IMC.
Gráfico 14. Mostra do perfil em relação à idade de acordo com IMC.
Gráfico 15. Relação do estado civil com o IMC.
Gráfico 16. Caracterização de acordo com raça e IMC.
Vimos por meio destes gráficos e tabelas que a maioria da população é de homens brancos casados no civil com IMC considerado saudável. Que trabalham na empresa privada, estudaram entre 8 e 10 anos, trabalham de 30 ? 40 h por semana, ganhando entre 100 e 200 mil reais por ano.
Analisando a população que tem IMC acima do considerado seguro em relação à saúde nutricional, a maioria encontrada foi de homens brancos que trabalham entre 35 e 50 h por semana tendo de 10 a 15 anos de estudo e na faixa etária de 35 a 55 anos, casados apenas no civil.
De início, observando o gráfico 12 vemos que a faixa de salário não difere de acordo com o IMC. Com isso, podemos afirmar que, de acordo com esta base de dados, a obesidade não está diretamente ligada à classe social. Os homens são apontados como a massa maioria dentre os obesos. As horas de trabalho parecem também não influenciar, se de início se pensa que quem trabalha menos tem mais tendência a ser obeso, segundo o estudo esta afirmativa não é verdadeira. Da mesma forma, se o senso comum diz que os obesos são os pertencentes à população menos educada em sentido acadêmico, os gráficos também desmentem mostrando que tem pelo menos 8 anos de estudo secular.
Este estudo pôde, então, desmitificar alguns conceitos pré-definidos em relação à população obesa no noroeste do Rio de Janeiro. A ideia de que são pessoas desinformadas que pouco trabalham não é correta. Vimos que a obesidade é um problema a que a maioria da população está sujeita independente de qualquer parâmetro. O que pode ser observado é que dentro desta maioria de obesos estão homens de 35 a 55 anos. Uma possível solução seria incentivar hábitos alimentares mais balanceados e exercícios físicos a essa população. Bem como a conscientização e incentivo à longevidade levando em consideração esta faixa etária.